PARCERIA DA eBRe COM A ESPELEONORDESTE – V ENCONTRO NORDESTINO DE ESPELEOLOGIA

A Escola Brasileira de Espeleologia (eBRe) e a Espeleonordeste (Sociedade Nordestina de Espeleologia) firmaram uma parceria para capacitação e formação espeleológica na região Nordeste durante os trabalhos do V Encontro Nordestino de Espeleologia (ENE), evento que teve formato híbrido, com atividades remotas e presenciais, por força da pandemia do Covid-19.

As reuniões de trabalho se iniciaram em meados de julho/agosto de 2020, objetivando o alargamento dos canais de comunicação entre a eBRe e os grupos nordestinos.

Inicialmente, a Espeleonordeste procurou a SBE para coordenar o aperfeiçoamento de seus espeleólogos, mirando na solidez da proposta pedagógica delineada pela eBRe e como uma via para capilarizar a relação entre os praticantes da Espeleologia na base e a coordenação nacional da SBE.

Como produto dessas tratativas, foram ministrados dois cursos, no final de 2020.

No primeiro final de semana – dias 05 e 06 de dezembro de 2020 – houve a realização do Curso de Introdução à Espeleologia, que foi conduzido pelas formadoras Christiane Ramos Donato (eBRe/Espeleonordeste/UFS) e Carla Pereira (eBRe/Guano Speleo). Trata-se da formação elementar ofertada pela Escola e que é formatada à apresentação de conceitos básicos àqueles que buscam noções basilares à prática espeleológica.

A capacitação, com 8 horas/aula, foi direcionada para um público composto, essencialmente, de estudantes concluintes do ensino médio e graduandos universitários, provenientes de várias partes do Nordeste (especialmente Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte).

Ao final, 46 inscritos concluíram o curso, com destaque à avaliação de 90% como excelente.

O segundo final de semana – 12 e 13 de dezembro de 2020 – foi marcado pela realização do curso de Formação de Espeleólogo Nível I, capacitação com 24 horas/aula, que integra o primeiro estágio da proposta de nivelamento nacional para difusão de conhecimentos mínimos à prática espeleológica.

As primeiras edições desse curso foram feitas em 2019, durante o 35º Congresso Brasileiro de Espeleologia, em Bonito (MS), havendo, na oportunidade do V ENE, o destaque de que se trata da primeira vez que a escola nacional ofertou sua formação inicial por meio de EAD.

De modo geral, o curso se estruturou em 9 módulos, contando com 8 formadores distintos: Mariana Barbosa Timo (espeleologia e sua história/o patrimônio espeleológico e a legislação), Davisson Santos (introdução à arqueologia), André Gomide (introdução à paleonotologia), Tamires Zepon (introdução à biologia subterrânea), Ricardo Fraga (o carste e os processos espeleogenéticos), Teresa Maria Aragão (segurança e socorro), José Mota Neto (técnicas de exploração), Gabriel Amora (documentação, topografia e sistematização de dados).

A última etapa da formação, aula prática, irá ocorrer no município de Campo Formoso (BA), apenas no período de 12 a 15 de novembro de 2021, devido a pandemia, oportunidade em que a coordenadora da eBRe, Mariana Timo, ladeada por formadores como Elvis Barbosa e Daivisson Santos, poderão discutir em campo os conceitos vistos pelas aulas remotas.

Fazendo-se um balanço global, a parceria eBRe/Espeleonordeste, no V ENE, contou com 80 inscritos nas atividades de capacitação, os quais participaram ativamente de uma intensa grade pedagógica.

Em termos comparativos, os encontros nordestinos realizados anteriormente, dispunham de uma média de 20 horas de programação. Graças à eBRe, o V ENE ofertou mais de 50 horas distribuídas entre aulas, debates e discussões.

Ademais, deve-se registrar que esse foi um evento pioneiro por efetivamente levantar as bandeiras de igualdade de gênero, havendo sido oportunizado o mesmo espaço para ambos os sexos.

Nesse sentido, a programação dos cursos arrimou-se em 5 formadoras femininas e igual quantidade de homens lecionando. Dentre os participantes, a equiparação também foi identificada, com a adesão de 42 homens e 38 mulheres, o que denota que a política de fomento deve ser uma vertente fortalecida e estimulada, não somente pela valorização da mulher, mas pelo crescimento igualitário da Espeleologia brasileira.